Está ai um assunto que poucos falam ou encaram na
realidade! O inventário.
Em sua concepção e execução costumamos dizer é a
contagem de estoques, não deixa de estar certo, mas também pode ser encarado
como a contabilização dos ativos e recursos da empresa.
O objetivo principal é comparar o que se tem
realmente no sistema de gerenciamento (ERP) com o que é apresentado no físico.
Há diversos tipos de inventários, mas tecnicamente
falando, temos dois principais, o inventário anual e o inventário cíclico, o
objetivo é o mesmo, porém a aplicação é diferente:
O inventário anual como o próprio nome diz, é
feito uma vez no ano, já o cíclico adota intervalos de tempo para uma contagem
e outra, esse intervalo pode variar de dia após dias, semana após semana, mês a
mês, bimestral, trimestral, enfim, adota-se o intervalo de tempo que melhor se
encaixar na forma de trabalho da empresa.
Para que seja feito um ótimo inventário, algumas
premissas devem ser adotadas para que determinados "inconveniente"
aconteça.
Vamos citar algumas:
Parada dos processos: Todos os processos
que tem mercadoria em processo devem ser parados para a contagem, este tipo de
realidade é mais comum em empresas que têm linhas de produção ou um fluxo de
material complexo e oneroso, neste caso deve-se fazer uma força tarefa para que
nada fique em processo, esse tipo de medida é aceita caso o sistema de
gerenciamento não controle estoque em processo, caso contrário isso cai por
terra.
Endereçamento e Identificação dos Materiais:
Alguns sistemas de gerenciamento acompanham algumas práticas como, por exemplo,
o "endereçamento dos estoques" dentro da área de armazenagem, este
recurso jamais deve ser desperdiçado, pois faz com que haja um ganho muito
grande em tempo, antes de o inventário acontecer deve-se fazer "um pente
fino" para verificar se todo o estoque a ser contado está endereçado e
também as identificações dos itens. A identificação é necessária caso alguém
com pouca experiência esteja ajudando no inventário e também para ganhar tempo,
todas as coisas que fazem perder tempo num inventário deve ser combatidos.
Recursos de Movimentação: Temos as
tradicionais empilhadeiras, paleteiras, transpaleteira, etc., enfim todos os recursos
de movimentação devem ser checados antes do inventário para que não ocorra
imprevistos. Há uma grande diferença entre inventariar um estoque de uma
distribuidora de medicamentos para um centro de distribuição de mercadorias de
primeiro consumo (alimentos, mantimentos) e indústria em si, cada uma tem sua particularidade,
uma coisa que não vai mudar é o princípio do inventário, o propósito sempre
será o mesmo.
Pessoas: Quando não há processos,
sistemas, esses sem o devido controle ou quaisquer fluxos, entram em ação as
pessoas, a ausência dos processos e sistemas é compensada por incríveis
esforços que trazem consigo resultados muitas vezes insatisfatórios. Sem essas
duas premissas as pessoas envolvidas na contagem (operação) ficam sujeitas ao
erro, erros ás vezes até banais, porém a justificativa sempre tem fundamento,
pelo que muitos falam e sentem na operação é a falta de treinamento,
monitoramento, controle e melhorias, traduzindo, um verdadeiro descaso com a
situação alheia da empresa e seus recursos. Esse tipo de descaso leva a empresa
gastar com "consultorias" que são desnecessárias caso elas estejam
alinha com um propósito em comum, "melhorar", essa melhoria tem que
ter ampla visão e abordar processos, sistema, estrutura, recursos e pessoas,
quando tudo estiver alinhado deve-se fazer o PDCA (plan, do, check, act), e
focar em números palpáveis, um escrúpulo administrativo é mostrar simplesmente
indicadores econômicos para as pessoas que trabalham na operação, caso os
gestores não saibam, as pessoas reagem de forma diferente quando são medidas,
essa classe operacional precisa hoje se enxergar dentro do processo, a melhor
forma hoje é abordar indicadores operacionais, mas lembrando de que para que
possa medir aquele equilíbrio de processo, sistemas, estrutura, recursos estejam
alinhados e a ideia madura para que se possa abordar então as
"pessoas" dentro dos processos e medi-las de forma correta. A
acuracidade desse equilíbrio e todo esse processo refletem diretamente no
inventário.
Segurança: Se a empresa trabalha com
produtos de alto valor agregado, devem investir em segurança sim, câmera, vistorias,
detectores, etc.
TECNOLOGIAS NO PROCESSO DE INVENTÁRIO
Por mais que o inventário seja uma atividade
onerosa, há algumas empresas no mercado de TI que desenvolvem ferramentas
(gadget) para os sistemas estarem auxiliando nessa árdua tarefa operacional!
Iniciando na ordem cronológica:
Romaneio: É, querendo ou não hoje a forma
mais primitiva de fazer inventário é por relatório, porém ainda é usada no processo
de inventário, a tendência é acabar com impressão de documentos de controle do
gênero, o mesmo vale para romaneiro e relatórios de recebimento, separação e
expedição.
Coletor de dados: Continua sendo a corrida
das empresas prestadoras de serviço nessa área, porém já existe maneira melhor
de inventariar estoques, ele é bastante usado durante o processo logístico
interno e externo (o externo refere-se ao controle de volumes e transportes ou
"estoque avançados"). O coletor hoje é o terminal de acesso dos
colaboradores que fazem girar a cadeia logística, lembrando que a implantação
do mesmo é melhor com o auxílio do WMS (Warehouse Management System) ele
funciona também com integração ao módulo de ERP (Enterprise Resource Planning),
porém não tem sua total capacidade explorada, há também a necessidade de todos
os produtos terem os seus devidos códigos de barras (exemplo: EAN13, DUN128),
os coletores podem isentar de o operado ter que digitar tudo no Palm do coletor
caso todos os processos sejam mapeados pelo sistema (exemplo): recebimento
codifica (primeira leitura do código) o material e o aloca numa unidade de
armazenamento (uma etiqueta com códigos de barras) e aloca o material para ser
guardado no seu devido lugar, o armazenador entra no módulo WMS e seleciona
armazenagem, bipando na unidade de armazenagem, o coletor do armazenador faz
uma busca no banco de dados atribuido ao código inicialmente carregado pelo
conferente de recebimento para poder guardar, o sistema busca também onde ele
deve guardar primeiro caso o sistema controle estoque por endereço, caso não
exista nenhuma premissa (parâmetro) de armazenagem o sistema WMS mostra o
endereço para armazenar.
Chegando ao lugar físico, bipa-se o endereço para
mostrar ao sistema onde a quantidade recebida inicialmente vai ser alocada,
finaliza operação de armazenagem e pronto! Controle de operação parece ser
complicado no começo, mas entendendo o conceito e princípio de algumas
ferramentas do sistema pode-se ter a certeza que é pura automação operacional.
O Inventário pode ser automatizado também, mas como disse tudo tem que ser
parametrizado de forma correta, os produtos precisa estar codificado (não
necessariamente, no processo geralmente conta-se e lança a quantidade no
coletor e digita o código do item também no coletor, porém não se aconselha,
pois está dando margem ao erro) para melhor atender a função inventário.
By Voice: Esta incrível ferramenta já é
realidade, falar com o sistema é realmente sensacional, segue alguns princípios
e conceitos do coletor no processo, só que em vez de confirmar as informações
através de bipes de coletor de dados, você faz isso confirmando de forma oral,
é a mais pura realidade, além de deixar o operador com as mãos livres para
melhor aproveitamento e rendimento do trabalho!
RFID: Este é mais usado em seguimentos onde o produto unitário ou unitizado representa um valor que compense este tipo de tecnologia, é muito caro em relação aos outros, porém a acuracidade é muito maior, cada item recebe uma etiqueta com pequenas antenas e um micro sistema de identificação onde pode ser mapeado por antenas de rádio ou wi-fi.
Todos os modelos de inventários tem seu ponto forte e fraco (swot), porém o gestor envolvido deve verificar qual melhor se encaixa na sua área de atuação. Lembrando que um ótimo planejamento, controle e gestão podem trazer ótimos resultados.